"Ordinariamente, chamam-se, à francesa, espirituosos uns sujeitos dotados de génio motejador, aplaudidos com a gargalhada e aborrecidos àqueles mesmos que os aplaudem. São os caricaturistas da graciosidade.
O «espirituoso», à moderna, abrange os variados ofícios que, antes da nacionalização daquele estrangeirismo, pertenciam parcialmente aos seguintes personagens, uns de casa, outros importados: chocarreiro – trejeitador – arlequim – palhaço – proxinela – polichinelo – maninelo – truão – jogral – goliardo – histrião – farsista – farsola – vegete – bobo – pierrot – momo – bufão – folião, etc.
Esta riqueza de sinonímia denota que o bobo medieval bracejou na Península Ibérica vergônteas e enxertias em tanta cópia que foi preciso dar nome às espécies."