Contos dos tempos passados

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Esta tradução para o português foi feita com base no original de 1967: Histoires ou contes du temps passé avec des moralités. Esta obra contém oito histórias: A Bela Adormecida (La Belle au Bois Dormant); Chapeuzinho Vermelho (Le Petit Chaperon Rouge); Barba Azul (La Barbe-Bleue); O Gato de Botas (Le Maître Chat ou Le Chat Botté); As Fadas (Les Fées); Cinderela (Cendrillon ou La Petite Pantoufle de Verre); Riquet do Topete (Riquet à la Houppe); e O Pequeno Polegar (Le Petit Poucet). No entanto, por ser uma história também muito conhecida e uma das mais polêmicas, decidimos incluir Pele de Asno (Peau d'Âne), na versão em prosa (sim, a primeira versão deste conto é em versos, escrita em 1694); mas como Perrault mesmo escreveu uma versão em prosa, a utilizamos para esta edição.

Ao contrário da maioria dos "contos de fadas" que o leitor encontrará a venda pelas editoras do Brasil, esta NÃO é uma versão suavizada ou politicamente correta dos escritos de Charles Perrault. Tampouco é uma destas versões exageradas, que frutificaram recentemente no meio editorial brasileiro e mundial, na busca, por serem mais cruéis ou sanguinárias, de vender livros para adolescentes e jovens.

Esta tradução é, portanto, literal ao que Perrault escreveu, sem adaptações. A moral da história ao fim de cada conto foi escrita por Perrault em versos e a mantivemos assim. A edição original contém ainda um prefácio escrito por Perrault e uma dedicatória: À Senhorita (A Mademoiselle), assinada por Pierre Darmancour, nome do filho mas novo do autor, como se ele tivesse escrito, mas é atribuída na verdade ao próprio Perrault.

Incluímos também ilustrações de Gustave Doré (1832-1883), feitas para a edição de 1861, da editora de Pierre-Jules Hetzel. Ou seja, esta edição é literatura de alta cultura.

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Par autoru

Charles Perrault nasceu em 1628, numa época em que se discutia se os escritos franceses eram de primeira ordem, como os clássicos gregos, ou de segunda ordem. Perrault era dos que acreditavam ser de primeira ordem. Discussão à parte, o “pai da literatura infantil”, como é considerado, certamente mostrou-se figurar entre os maiores do seu tempo. Estávamos no belo século de Luís XIV.

Ele dedicou-se ao estudo das letras desde a adolescência, dominado particularmente pelo gosto da poesia. Carismático e prestativo acabou caindo nas graças de Jean-Baptiste Colbert (1619-1683), um político francês e ministro de estado e da economia do rei Luís XIV. Colbert foi protetor de Perrault e apreciava seus talentos, o nomeando para o cargo de controlador geral de edifícios. Aproveitando o bom emprego e as boas relações, acabou por prestar um serviço especial às belas artes.

Cláudio Toldo é hoje diretor editorial da Convivivm. Lecionou em duas universidades do Sul de Santa Catarina e tem experiência em diversos meios de comunicação, atuando na área de reportagem em jornalismo impresso, planejamento gráfico e editorial, jornalismo educacional, jornalismo empresarial e assessoria de imprensa, planejamento em comunicação e webjornalismo.

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