Publicando esta nova ediรงรฃo de Dona Branca, a primeira que se faz em
Portugal depois de umas quantas francesas e brasileiras, pareceu-me
dever pรดr aqui alguma memรณria, tanto da primeira composiรงรฃo do poema,
como da presente forma com que hoje se reproduz.
E consintam-me,
antes de tudo, o desabafo de dizer que nenhum homem ainda fugiu tanto ao
seu destino como eu; nenhum porรฉm foi tรฃo perseguido do inevitabile
fatum que me nรฃo deixou. De crianรงa me tentaram e namoraram as musas, e
de crianรงa lhes resisti sempre, com mais severo pudor do que o casto
Josรฉ, deixando-lhe por vezes nas mรฃos lascivas a capa virginal de minha
pudicรญcia, e fugindo com mรฉrito e virtude verdadeira, porque fugia a
deleites suspirados, ardentemente desejados de minha alma.