Miguel de Cervantes é considerado um dos mais importantes escritores do Ocidente, ao lado de Dante, Shakespeare e Goethe. Nasceu em 29 de setembro de 1547, em Alcalá de Henares, nas proximidades de Madri, e fez seus primeiros estudos, provavelmente, em escolas jesuítas. Sua juventude foi marcada pela errância dentro da Espanha. Aos 22 anos, perseguido pela justiça por causa de um duelo, foge para a Itália, onde se incorpora ao serviço de um cardeal, em Roma. Logo se alista na marinha de guerra espanhola e, em 7 de outubro de 1571, participa da célebre batalha de Lepanto, na qual é ferido e tem a mão esquerda inutilizada. Em 1575, na viagem de volta à Espanha é capturado por piratas berberes e conduzido a Argel, onde permanece preso por cinco anos. De volta à Espanha, trabalha como comissário de abastecimento da marinha de guerra e como coletor de impostos. Nesse período, em 1585, publica seu primeiro livro, o romance pastoril La Galatea. Injustamente implicado em processos de malversação, Cervantes é preso por três vezes; uma delas em Sevilha, em cujo cárcere teria concebido a ideia de D. Quixote. A primeira parte do livro vem a público em 1605, a segunda, em 1615. Entre uma e outra, saem suas Novelas exemplares (1613), o livro de poemas Viaje del Parnaso (1614) e o de teatro Ocho comedias y entremeses (1615). Em 1616, ingressa na Ordem Terceira de São Francisco, com votos de pobreza e humildade. Miguel de Cervantes morre em 22 de abril desse ano, em Madri. No ano seguinte, é publicada sua última obra, o romance Los trabajos de Persiles y Sigismunda.