Rafael Gregorio
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Obra excecional, que demonstra as dificuldades de uma familia em lidar com a súbita perda de um pilar da mesma, neste caso o autor utilizou a transformação do protagonista num inseto, mas muitos de nós podemos associar este estado a um familiar que se vê repentinamente acamado, a dificuldade em processar a perda, o esforço de tratar destes, por nos serem entes queridos, ainda que isso provoque em nós desgosto e, por vezes, até repugnância, e que por vezes sem nos apercebermos podemos até vir a detestar essa pessoa, mas quando finalmente partem é que caímos em nós mesmos, e de certo modo a libertação que sentimos no momento em que finalmente descansam, ainda que seja um sentimento de liberdade que vêm acompanhado de um sentimento de culpa, mas nas poucas páginas deste short story, o autor conseguiu capturar todos estes sentimentos contrastantes, demonstrando o motivo pelo qual é aclamado. Verdadeiramente uma obra de leitura quase obrigatória.
Karime Nishiura
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Em minha leitura em vários momentos o vejo como barata e em outros como alguém deficiente ou com derrame, alguém que precisa cuidados constantes como que em estado vegetativo. Vejo a codependência da família com ele antes da metamorfose e como mudou após ela. Inicialmente a família, mal acostumada, aproveitava desse cuidado, mas passado um tempo, já não tinham da mesma compaixão com o "acamado". Percebi também, que de tanto ser tratado como irracional, bicho, ele começa a ter pensamentos bestiais como até a atacar a serviçal, ainda que não o faça. Me gerou pena do personagem principal e um pouco de revolta. Meu lado maternal sofreu com o livro, mas ainda assim gostei da leitura. Vale a pena para refletir sobre nossa real empatia, o que realmente faríamos no lugar dos parentes.