Karl Kraus não foi apenas o maior autor satírico de língua alemã do século XX, mas chegou a ser considerado um dos maiores satiristas de todos os tempos, digno de figurar — no entender de outro grande escritor, Elias Canetti — ao lado dos nomes de Aristófanes, Juvenal, Quevedo, Swift e Gogol. Sua obra é vasta e multifacetada: milhares de páginas de ensaios, aforismos, poemas, peças teatrais e adaptações, cujas primeiras versões foram em boa medida publicadas no jornal Die Fackel (A tocha), que o escritor fundou em 1899 e passou a redigir sozinho a partir de 1911 até poucos meses antes de sua morte, em 1936.