Policarpo é um ufanista que desperta curiosidade e escárnio em virtude de sua exaltação utópica das qualidades nacionais. O auge de seu patriotismo se dá quando ele redige um ofício em tupi-guarani no departamento público em que trabalha, o que o leva ao hospício, onde permanece durante seis meses.
As aventuras quixotescas de Policarpo, entretanto, continuam após sua saída da casa de saúde e o levam a confrontar-se com a dura realidade.
Ao mesmo tempo em que evidencia o sonho de uma pátria melhor e mais justa, Triste fim de Policarpo Quaresma compõe uma sátira ácida sobre um Brasil marcado pelo oficialismo e pelo desmando dos poderosos.
Lima Barreto (1881-1922) foi jornalista e escritor. Neto de escravos, nasceu no Rio de Janeiro, filho de um tipógrafo e de uma professora. A amizade de seu pai com o Visconde de Ouro Preto garantiu ao futuro escritor uma educação de qualidade. Começou sua carreira aos 26 anos, publicando textos em diversas revistas cariocas e, inclusive, fundando a sua própria: a Floreal. Crises de alcoolismo e de depressão o levaram a internações em hospícios e a uma morte precoce por colapso cardíaco. Seus restos mortais estão no Cemitério de São João Batista (no Rio de Janeiro), próximo ao mausoléu dos imortais da Academia Brasileira de Letras.