Mathilda

· Grua
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A mãe de Mathilda, Diana, morre no parto. Seu pai, em desespero, deixa a recém-nascida aos cuidados de uma tia e sai para correr o mundo. Quando Mathilda tem 16 anos, ele volta, mas fica pouco tempo em sua vida. O terrível tormento de reviver a paixão por Diana na filha o consome. Com personagens claramente inspiradas na autora, em seu pai e em seu marido, e tendo como narradora de voz emocional e implacável a própria Mathilda, a novela vai além da ressonância autobiográfica, chegando a algo mais abrangente: uma história sobre a busca solitária de uma moça corajosa por um sentimento de amor, reparação e redenção, ainda que por culpas que não sejam suas. O tema central da obra, um incesto não consumado entre pai e filha, levou o editor de Mary Shelley que vinha a ser seu pai e era conhecido pelos próprios livros subversivos não apenas a se recusar a publicar "Mathilda" como também a se negar a devolver a única cópia manuscrita, e a obra não foi publicada em vida pela autora do mítico Frankenstein. Terminado em 1820, foi preciso mais de um século para que esta pequena tragédia moderna para fosse redescoberta, tendo sido publicado pela primeira vez apenas em 1959.

Acerca del autor

Mary Shelley, nasceu em Londres, em 1797, filha de dois dos escritores mais radicais da época: William Godwin, utópico anarquista, e a feminista Mary Wollstonecraft, que morreu devido a complicações no parto. Depois de uma infância difícil com uma madrasta exigente, ela deixou sua casa aos 17 anos, com um dos colaboradores de seu pai, o poeta Percy Bysshe Shelley. Os dois se casaram logo após o suicídio da esposa de Percy, dois anos depois. O casamento foi infeliz, tumultuado pelos relacionamentos sexuais abertos "utópicos" de Percy Shelley e assombrado pelas mortes prematuras de três de seus quatro filhos. Aos 19 anos, em 1816, ao visitar Lord Byron com Percy, no Lago Genebra, os três se desafiaram a escrever uma história de terror. O resultado foi o romance de Mary Frankenstein, que seria publicado em 1818, se tornaria um sucesso popular instantâneo, e teria seu personagem principal transformado em um mito na literatura universal. Quatro anos mais tarde seu marido se afogou em um acidente de barco. Mary Shelley criou o filho com dificuldades, recebendo uma pensão anual de seu sogro, Sir Timothy Shelley, que se recusou a conhecê-la. Em 1944, com a morte do avô, o filho de Mary e Percy Shelley herda suas propriedades e Mary passa a ter uma situação financeira confortável. Ela nunca se casou de novo, mas continuou como escritora de sucesso até sua morte, em Londres, em 1851.

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