Colecionador de automÃģveis e especialista em modelismo ferroviÃĄrio (ÃĐ dono de uma empresa do ramo), hÃĄ anos Young investe e trabalha num projeto de carro elÃĐtrico. NÃĢo qualquer carro, mas o chamado Lincvolt, um gigantesco Lincoln Continental movido a energia renovÃĄvel e limpa (Young sonha em ser sustentÃĄvel sem prejuÃzo para a paixÃĢo americana por carrÃĩes). O compositor tambÃĐm desenvolve, à s prÃģprias custas, a PureTone, alternativa digital à tecnologia dos MP3, capaz de distribuir mÚsica online e de proporcionar para o consumidor final um som com qualidade similar à dos discos de vinil.
Young escreveu de prÃģprio punho uma narrativa fragmentada, com o vai e vem aleatÃģrio das recordaçÃĩes determinando a ordem em que as histÃģrias sÃĢo apresentadas. à por meio desses flashes do passado, e por constantes divagaçÃĩes do autor acerca do presente e do futuro, que o leitor toma contato com essa impressionante diversidade de interesses do artista.
Da mesma maneira, episÃģdios marcantes vÊm à tona fora de ordem cronolÃģgica, exclusivamente ao sabor da inspiraçÃĢo do momento. Os parceiros na mÚsica, as grandes amizades, os amores, a paixÃĢo pela esposa Pegi e pelos filhos Zeke, Ben e Amber, entre muitos outros temas, vÃĢo surgindo conforme avança o fluxo da memÃģria do autor. Como um pungente solo de guitarra de Neil Young, sua autobiografia parece nos envolver e nos transportar para um outro lugar, um outro tempo â o tempo do sonho hippie de paz, amor e rock'n'roll.