Prémio Nobel de Literatura
Ao romper de mais uma manhã, Hassanali está a caminho da mesquita quando um forasteiro branco, vindo do deserto, desaba a seus pés. Hassanali decide ajudar aquele homem — um explorador e orientalista inglês de nome Martin Pearce — levando-o depois para casa de um oficial, seu conterrâneo. Quando Pearce regressa para agradecer a Hassanali por lhe ter salvado a vida, também conhece a irmã dele, Rehana, com quem viverá uma história de amor proibido. Décadas depois, numa Zanzibar em vésperas da turbulenta independência do poder colonial europeu, Jamila, a neta deRehana, viverá com Amin numa história de amor em tudo semelhante, que desafiará a família, a moral e as convenções da sociedade.
Obra representativa do talento de Abdulrazak Gurnah, O Desertor evoca o complexo ambiente social, religioso e cultural da África Oriental na época colonial através de duas histórias de amor, separadas pelo tempo, mas unidas pelo seu desfecho, evidenciando o intricado mosaico de uma África ainda desconhecida.
Os elogios da crítica:
«O livro tece uma ambiciosa tela do complexo mosaico social, religioso e cultural da África Oriental na época colonial.»
Paulo Nóbrega Serra, Expresso [5 estrelas]
«Gurnah é um contador de histórias exímio.»
Financial Times
«Uma proeza admirável... uma profunda investigação sobre a natureza do amor, da raça e do império.»
San Francisco Chronicle
«[Gurnah] é um escritor no máximo da sua forma, com um forte sentido danarrativa, um olho clínico para as dinâmicas familiares, e uma total compreensão da psicologia corrosiva do colonialismo.»
The Seattle Times
Abdulrazak Gurnah nasceu em 1948 em Zanzibar.
Na década de 1960, foi forçado a sair do seu país, então a braços com uma revolução, e chegou como refugiado ao Reino Unido.
Foi professor de Inglês e Literaturas Pós-coloniais na Universidade de Kent.
Asua obra versa sobre a experiência africana, o colonialismo e o refugiado, e nela se destacam os romances Paradise (1994), finalista do Booker Prize e do Whitbread Award, By the Sea (2001), nomeado para o Booker Prize e finalista do Los Angeles Times Book Award, e Desertion (2005), finalista do Commonwealth Writers. Vidas Seguintes (2020) foi finalista do Orwell Prize for Political Writing 2021 e nomeado para o Walter Scott Prize for Historical Fiction 2021.
Gurnah recebeu o Prémio Nobel de Literatura 2021 «pela forma determinada e humana com que aborda e aprofunda as consequências do colonialismo e o destino do refugiado no fosso entre culturas e continentes».
Foto: © Mark Pringle