Castro Alves foi poeta brasileiro, conhecido como "o poeta dos escravos". Pertenceu à terceira geração do Romantismo no país. Suas obras expressavam indignação e protesto em relação aos problemas sociais da época, principalmente à crueldade da escravidão. Antônio Frederico de Castro Alves nasceu em 14 de março de 1847 na cidade de Muritiba, na Bahia. Em 1853 sua família mudou-se para Salvador, onde seu pai foi professor da Faculdade de Medicina e sua mãe veio a falecer quando ele completou 12 anos. Nessa época Castro Alves já demonstrava indícios de sua vocação para a poesia, estudava no Colégio de Abílio César Borges e lá manteve amizade com Ruy Barbosa. Em janeiro de 1862 seu pai casou-se novamente e levou a família para o Recife, onde existiam muitos ideais abolicionistas e lideranças na época. Castro Alves envolveu-se com esses núcleos, participando de sociedades estudantis e discursos. O poeta era sempre ovacionado pelas multidões, impressionando com seu poder de expressão e voz possante. Em seus textos, o uso acentuado de hipérboles e de espaços amplos como o mar, o céu e o infinito se faziam presentes. Em 1863, já manifestando tuberculose, Castro Alves publicou seu primeiro poema. Os versos de "A canção do africano" expressavam opiniões contrárias à escravidão. No mesmo ano conheceu Eugênia Câmara. Dez anos mais velha, era atriz portuguesa e estava em cartaz na cidade, no Teatro Santa Isabel. No ano seguinte, Castro Alves ingressou na Faculdade de Direito do Recife. Em 1865, lá recitou "O Sábio" e também se alistou no Batalhão Acadêmico de Voluntários para a Guerra do Paraguai.