A um mês de se casar, para espanto geral, o príncipe Stiepán Kassátski decide deixar tudo de lado. Pede afastamento do cargo, interrompe o noivado, abandona a vida elegante e luxuosa da corte de São Petersburgo e segue para o monastério, onde pretende se tornar monge.
Escrito em 1890, Padre Sérgio consegue reunir as principais preocupações e motivações que marcaram o fim da vida de Liev Tolstói. A súbita conversão do protagonista diz muito a respeito do que o autor pensava sobre a vida mundana — repleta de tentações, ambições e sensualidade — em oposição à rigorosa escolha eclesiástica.
Ao refletir sobre os dilemas do príncipe, a novela joga luz não só sobre a religião e a moral, mas também sobre as verdadeiras aspirações do protagonista, que não se mostram tão puras quanto pareceriam ser.
Posfácios de Samuel Titan Jr. e Boris Schnaiderman.
O conde LIEV TOLSTÓI nasceu em 1828. Participou da Guerra da Crimeia e se casou com Sofia Andrêievna Berhs em 1862. Enquanto administrava suas vastas propriedades nas estepes do Volga e dava continuidade a projetos educacionais, escrevia Guerra e paz (1869) e Anna Kariênina (1877). Uma confissão (1882) marcou uma crise espiritual em sua vida. Ele se tornou um moralista extremista e, em uma série de panfletos, a partir de 1880, expressou sua rejeição em relação ao Estado e à Igreja. Morreu em 1910, em meio a uma dramática fuga de casa, na pequena estação de trem de Astápovo.