perseverando até inventar saídas desacostumadas para o mundo.
Enfim, tomou a Viagem a Portugal como desafio e convite e seguiu os passos de José Saramago para percorrer o sul de Portugal, com a felicidade estampada no rosto. Porque este viajante habita esse mesmo Sul, ainda que o acaso o tenha colocado no
outro lado do rio, na outra margem do Guadiana e, quer queira ou não, algo daquela cultura o formou e está formando. Não entregou as suas flores a quem delas pudesse cuidar, pois fica desde já dito que regressará no fim de cada jornada com a mochila repleta de o que viu e sentiu, o que disse e ouviu dizer.
Essa proximidade permitir-lhe-á regressar uma e outra vez, para ver o que não foi visto, ver outra vez o que se viu já, ver na Primavera o que se vira no Verão, ver de dia o que se viu de noite, com sol onde primeiramente a chuva caía, ver a seara verde, o fruto maduro, a pedra que mudou de lugar, a sombra que aqui não estava. E este é o seu testemunho. Porque sabe que não terá melhor viagem, nem melhor guia.