O que oferecemos ao leitor são, de fato, os piores episódios do podcast Inédita Pamonha. Conteúdo selecionado com máximo rigor.
Sabemos não coincidir com o procedimento mais frequente.
Como podemos ter tanta certeza de que sejam esses do livro os piores? Aí é que está. Os critérios de identificação da ruindade filosófica são um segredo nosso. Não podemos revelá-los. São como os ingredientes do molho especial da casa. Propriedade do editor. Guardada a 77 chaves. Coisa de família. Aperfeiçoada ao longo de gerações. Esses critérios são muito, mas muito mais valiosos do que outros, usados ordinariamente para selecionar os melhores. E o leitor, a cada linha mais intrigado, pergunta o óbvio: por que publicar os piores e não os melhores? Ora, porque como é notório, desde
os tempos em que Platão amarrava cachorro com linguiça, em sociedades que engatinham o pior é sempre o que agrada mais. Refiro-me ao maior número. Com o nosso Pamonha não é diferente. A linguiça é fina, de Bragança, o cachorro é quente e completo, com vinagrete, batata palha e purê. Quanto a Platão, bem, esse, para não afugentar a freguesia esfomeada com suas histórias de caverna, só aparece de vez em quando. E disfarçado, dos pés à cabeça. Como se intruso fora, pede desculpas pelo mau jeito e vaza na miúda, com a leve impressão de que já vai tarde.
Doutor e livre-docente pela Escola de Comunicações e Artes da Universidade
de São Paulo. É autor de vários livros sobre ética, felicidade, autoconhecimento e valores. Palestrante que cativa as mais diversas plateias sem o uso de aparatos tecnológicos. Recorrendo a exemplos do cotidiano e histórias divertidas, ensina
conteúdos densos de maneira leve e fascinante.