A vida de Frederick Douglass não apenas daria um livro – ela é um livro, escrito por ele mesmo. Eis aqui um caso raro de superação e crescimento: nascido escravo, aprendeu a ler e escrever, conseguiu fugir e se tornou o principal líder abolicionista norte-americano. Sua narrativa de primeira mão dos horrores que viveu e presenciou na escravidão contribuiu para a tomada de consciência contra o regime escravocrata. Apesar da abolição formal da escravidão, a discussão continua atual, infelizmente (no Brasil, inclusive), passados mais de 150 anos.
Em tempos de reflexão sobre racismo e antirracismo, de debates sobre racismo estrutural, sobre lugar de fala, nada melhor do que proporcionar ao público a voz de alguém que passou pela experiência da escravidão, dela saiu e se tornou a figura mais importante nas lutas abolicionistas nos Estados Unidos. Após se libertar e se engajar na luta abolicionista, Frederick Douglass percebeu que a abolição não era a solução definitiva – ainda havia muito pelo que lutar – e tornou-se o principal pensador sobre a condição dos negros norte-americanos no século XIX .
Além da Autobiografia, o livro traz outros textos de Frederick Douglass que esclarecem as principais questões discutidas em relação à escravidão, abolição, segregação e igualdade de direitos.
Apresentação de Silvio Almeida