Para as almas, não sei se diga demasiadamente positivas, se
demasiadamente grosseiras, o celibato do sacerdócio não passa de uma
condição, de uma fórmula social aplicada a certa classe de indivíduos
cuja existência ela modifica vantajosamente por um lado e
desfavoravelmente por outro. A filosofia do celibato para os espíritos
vulgares acaba aqui. Aos olhos dos que avaliam as cousas e os homens só
pela sua utilidade social, essa espécie de insulação doméstica do
sacerdote, essa indirecta abjuração dos afectos mais puros e santos, os
da família, é condenada por uns como contrária ao interesse das nações,
como danosa em moral e em política, e defendida por outros como útil e
moral.