Do autor dos best-sellers 1808, 1822 e 1889
Na tarde em que o príncipe dom Pedro chegou às margens do Ipiranga, em 7 de setembro de 1822, o Brasil estava empanturrado de escravidão. Comprar e vender gente era o maior negócio do novo país independente. Homens e mulheres escravizados perfaziam mais de um terço do total de habitantes, estimado em 4,7 milhões de pessoas. Outro terço era composto por negros forros e mestiços de origem africana – uma população pobre, analfabeta e carente de tudo, dominada pela minoria branca. Os indígenas, já dizimados por guerras, doenças e invasão de seus territórios, sequer apareciam nas estatísticas.
O último livro da trilogia Escravidão é dedicado ao século XIX; à Independência; ao Primeiro e ao Segundo Reinados; ao movimento abolicionista, que resultou na Lei Áurea de 13 de maio de 1888; e ao legado da escravidão, que ainda hoje emperra a caminhada dos brasileiros em direção ao futuro. A escravidão era, na definição de José Bonifácio de Andrada e Silva, o Patriarca da Independência, "um cancro que contaminava e roía as entranhas da sociedade brasileira". Disseminado por todo o território, o escravismo perpassava todas as atividades e todas as classes sociais. Maior território escravista da América em 1822, o Brasil assim se manteria até o final do século XIX, com sua rotina pautada pelo chicote e pela violência contra homens e mulheres escravizados.
Nenhum outro assunto é tão importante e tão definidor da nossa identidade nacional quanto a escravidão. Conhecê-lo ajuda a explicar o que fomos no passado, o que somos hoje e também o que seremos daqui para a frente. Em um texto impactante e ricamente ilustrado com imagens e gráficos, Laurentino Gomes lança o terceiro volume de sua obra, resultado de 6 anos de pesquisas, que incluíram viagens por 12 países e 3 continentes.
Paranaense de Maringá e sete vezes ganhador do Prêmio Jabuti de Literatura, Laurentino Gomes é autor da trilogia best-seller Escravidão; dos livros 1808, sobre a fuga da corte portuguesa de dom João para o Rio de Janeiro (eleito Melhor Ensaio de 2008 pela Academia Brasileira de Letras); 1822, sobre a Independência do Brasil; e 1889, sobre a Proclamação da República, além de O caminho do peregrino, em coautoria com Osmar Luduvico da Silva – todos publicados pela Globo Livros.
Formado em Jornalismo pela Universidade Federal do Paraná, com pós-graduação em Administração pela Universidade de São Paulo, é titular da cadeira de número dezoito da Academia Paranaense de Letras.