Somos, por natureza, seres sociáveis. Mais do que um conceito abstrato, a idéia de socialização está presente desde a infância, quando, por exemplo, elegemos o nosso grupo preferido de coleguinhas com os quais inventamos mil brincadeiras. Ao longo da vida, as pessoas e as idéias evoluem, mas o propósito de ser aceito e de “fazer parte de algo” se perpetua. Prova disso é que, na adolescência, formamos as famosas “turmas”, que passam horas falando de assuntos em comum. Me arrisco a dizer que ambas as situações ocorrem porque é constante a busca por quem nos ofereça um “ombro amigo” e que nos aceite, como disse o escritor francês Victor Hugo, “apesar de ser como somos”. Se para alguém que é socialmente considerado “perfeito” essa integração, às vezes, se torna difícil, você já pensou como esse processo pode ser complicado para aqueles que apresentam alguma deficiência, seja ela física ou psicológica? Por vários anos, muitos deles foram mantidos à margem da sociedade, não podendo escolher os locais que iriam freqüentar – já que nem todos os espaços contavam com uma estrutura eficiente para atendê-los – e, até mesmo, se restringindo às escolas chamadas “especiais”. No entanto, há alguns anos, iniciou-se, no meio acadêmico, uma discussão sobre a inclusão escolar. Por meio de debates, que envolveram a sociedade como um todo, colocou-se em pauta a possibilidade de se integrar crianças “especiais” em escolas regulares. Polêmico, o assunto diverge as opiniões, já que ainda existe muito receio por parte de pais, educadores e instituições de ensino sobre como tratar e qual é a estrutura necessária para que esse processo ocorra de forma natural e eficaz. Porque incluir, creio eu, significa não diferenciar, assim como respeitar as limitações de cada um. Como acreditamos que esse tema seja de suma importância para a educação, por duas vezes a Projetos Escolares Educação Infantil abordou essa temática na seção “Entrevista”. Agora, chegou a vez de o Ensino Fundamental entrar na discussão, com o parecer da Dra. Nilza Sanches Tessaro, psicóloga e autora do livro “Inclusão Escolar: Concepções de Professores e Alunos da Educação Regular e Especial”. Vá até a página 30 e confira como esse ideal está sendo desenvolvido no Brasil, quais são as limitações encontradas e que avanços vêm sendo feitos. Com certeza, depois de saber mais sobre o assunto, você terá uma visão diferenciada a respeito dele. Afinal, uma das grandes motivações para se viver é observar os fatos cotidianos com um novo olhar.