Sair da escola correndo, parar para comer algo e partir para o cursinho de inglês, para a aula de informática, para o campeonato de futebol... Esse é apenas um exemplo do que pode ser, nos dias de hoje, a rotina diária de uma criança em idade escolar cuja família tenha certo poder aquisitivo. Cheia de atribuições, ela desdobra-se para cumprir as tarefas que, ao longo dos anos, mudaram consideravelmente de teor, agregando algumas obrigações que, antes, não passavam de mera brincadeira. Em parte, essa situação ocorre porque os pais e os familiares, na busca pela felicidade pessoal e profissional de seus filhos, querem prepará-los tecnicamente para a competição que ocorre no vestibular, no mercado de trabalho, na vida social... Nessa “dança” pelo constante aprimoramento, algumas opções que entram em cena são os cursos de idioma, as atividades extracurriculares e – por que não? – as escolas bilíngües que, diferentemente das demais, educam os alunos em dois idiomas distintos. Por oferecer uma educação que foge do padrão, elas geram inseguranças nos pais, que podem se questionar: esta é mesmo a melhor opção? Meu filho não vai encontrar, depois, dificuldades de se comunicar e de escrever na língua materna? Para conhecer mais sobre o assunto, vá até a página 30 e confira a opinião da docente Lívia de Araújo Donnini Rodrigues, da Universidade de São Paulo. Além de abordar essa temática, Lívia deixa claro que as crianças podem – e devem – participar das questões que envolvem a vida delas, pois têm maturidade suficiente para isso. Dessa forma, surge um estímulo para a educação ser encarada como algo participativo e prazeroso, evitando que determinadas atividades não sejam encaradas como obrigação. Assim, mais do que sonhar com a carreira jornalística ou médica, por exemplo, as crianças podem brincar com esses temas e desenvolver aptidões básicas para que, no futuro, agregem à parte técnica valores que são aprendidos, somente, quando o relacionamento humano é visto como algo prioritário.